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A fala vem sempre antes da escrita. Afinal, a escrita é uma maneira registrar em códigos o que é falado. No Japão do século V, falava-se japonês, mas não se escrevia japonês. Não existia um sistema de escrita. Por conta disso, entre os séculos VI e VII d.C., os japoneses começaram a escrever chinês com os caracteres chineses, um enorme de um improviso. Com passar do tempo, os japoneses foram adaptando o sistema de escrita chinês para que a língua japonesa pudesse ser escrita. E essa é a história da escrita japonesa.

Acontece que esse improviso começou a criar problemas para os japoneses. A língua chinesa era muito diferente da japonesa (não eram nem mesmo da mesma família lingüística), o que demandou uma complexa reconfiguração da escrita chinesa por parte dos japoneses. Para você ter uma ideia, é como se o português não tivesse um sistema de escrita e nós resolvêssemos escrever português a partir do sistema de escrita árabe. Imagina a confusão.

No chinês, uma parte do sistema de escrita é ideogramático (com ideogramas que representam conceitos, ações e ideias), e outra parte silábico (com ideogramas que representam sons). No começo, os japoneses utilizam basicamente a parte silábico. Para escrever mulher (onna), eles usavam dois ideogramas chineses, um para o fonema “on” e outro para “na”.

Mais tarde, passaram a utilizar a escrita ideogramática e para escrever “onna”, usavam o ideograma chinês que significava mulher. Este estilo de escrita, que caracterizou a escrita japonesa até o século VII, é conhecido com Kanji.

Acontece que existem palavras japonesas que não tinham nenhum correspondente no sistema de escrita chinês. A solução foi retornar a escrita silábica para compor essas palavras que só existiam no japonês. E foi assim que surgiu o Kana (palavras emprestadas) no século VII, que é formado por dois silabários fonéticos: o Hiragana e o Katakana. Os Kana passaram a substituir a utilização de ideogramas chineses de maneira fonética.

Hoje em dia, não existe um alfabeto japonês, mas um sistema de ideogramas (Kanji) e dois silabários fonéticos (os Kana – Katakana e Hiragana). Enquanto o kanji tem uma função exclusivamente semântica, os Kana são utilizados para indicar a flexão verbal e empregados como partículas e na escrita de palavras simples ou estrangeiras e onomatopéias.

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